Não se afobe não, que nada é pra já
O amor não tem pressa, ele pode esperar
Em silêncio, num fundo de armário, na posta-restante
Milênios, milênios no ar
E quem sabe então
O Rio será alguma cidade submersa
Os escafandristas virão explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas, sua alma, desvãos
Sábios, em vão, tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas, mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização
Não se afobe, não que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá se amarão, sem saber,
Com o amor que eu um dia deixei pra você
(Chico Buarque - Futuros amantes)
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